Os escravos fugitivos nos EUA rumavam para o sul, em busca de liberdade na cidade mais antiga, um assentamento espanhol que prometia direitos e proteções.
Em 1782, um navio negreiro fez aportou em uma das colônias britânicas nas Américas. Através da violência e da exploração, milhares de africanos foram trazidos para o Novo Mundo para serem submetidos à cruel escravidão. Muitos foram separados de suas famílias e vendidos como mercadorias.
A história da escravidão está profundamente ligada à repressão e ao tráfico de pessoas, refletindo a face mais sombria da humanidade. Mesmo após a abolição da escravização, as marcas desse período ainda podem ser sentidas em diversas sociedades ao redor do mundo, mostrando a importância de refletirmos sobre o impacto de tais práticas em nossa história.
Evolução da fuga da escravidão
Os fugitivos negros que escaparam da escravidão em uma plantação britânica nas Carolinas tiveram uma jornada arriscada em busca de liberdade. Muitos deles seguiram para o assentamento espanhol de Saint Augustine, um santuário religioso que oferecia liberdade a qualquer pessoa anteriormente escravizada que se convertesse ao catolicismo. Esse movimento de libertação foi um precursor da rede subterrânea que ajudava os escravizados a escapar das plantações do sul. A promessa de liberdade era tão valiosa que muitos arriscavam suas vidas navegando por pântanos e enfrentando animais selvagens.
Os desafios da jornada
A viagem para a liberdade era repleta de perigos, desde jacarés e cobras venenosas nos pântanos até a ameaça constante dos caçadores de escravos nas cidades. Encontrar comida e água era uma tarefa árdua, mas a esperança de uma vida livre motivava os fugitivos a continuar. A solidariedade dos nativos americanos Yamassee era essencial para muitos escaparem com segurança.
Uma nova visão da escravidão
Enquanto as colônias britânicas baseavam o sistema de escravidão na raça, a Espanha adotava uma perspectiva diferente. Segundo a lei romana, qualquer pessoa poderia ser escravizada se condenada ou capturada em guerras, mas havia direitos e proteções para os escravizados, como a possibilidade de recuperar a liberdade através do serviço militar ou da conversão ao catolicismo. A política também influenciou essa visão, já que os espanhóis precisavam de mais pessoas para defender seus territórios, o que levou à criação de comunidades livres como em Saint Augustine.
Proteção e resistência
O Forte Mose foi um farol de liberdade, onde negros livres viviam sob os mesmos direitos que seus vizinhos brancos. Liderados por Francisco Menéndez, os habitantes do forte resistiram aos ataques britânicos e defenderam seu território. Após a venda da Flórida aos britânicos, muitos residentes se mudaram para Cuba em busca de proteção contínua.
Impacto duradouro e luta pelos direitos civis
O legado de Saint Augustine permanece vivo hoje, com comunidades como Lincolnville preservando a história dos negros libertos e lutando pelos direitos civis. O papel fundamental da cidade no movimento pelos direitos civis dos EUA é celebrado em museus e exposições que destacam a resistência e a determinação daqueles que buscavam igualdade. A luta constante por justiça e liberdade é um lembrete do poder da solidariedade e do compromisso com a igualdade.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo