CFM sugere indução de parto em vez de interrupção da gravidez, para atendimento precoce em UTI neonatal.
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, declarou hoje (19) que a assistologia fetal é uma prática desumana como forma de interromper a gestação em situações de estupro.
A preocupação com a assistologia é evidente, pois métodos extremos como a parada cardíaca ou a ausência de batimentos cardíacos podem resultar em graves consequências para a saúde da mulher.
Discussão sobre a Assistologia e Alternativas na Interrupção da Gravidez
Em recente entrevista, Gallo trouxe à tona a possibilidade da indução do parto como uma alternativa à assistolia, um procedimento comum em casos de aborto previstos em lei. A assistolia, caracterizada pela parada cardíaca ou ausência de batimentos cardíacos, tem sido alvo de debates e controvérsias na área médica.
A sugestão de Gallo surge em meio a discussões sobre a legalidade e os impactos da assistolia em gestações avançadas. A indução do parto, após 22 semanas de gestação, poderia ser uma opção viável, segundo o médico. Essa técnica, que envolve a interrupção da gravidez de forma mais natural, tem sido considerada por alguns como uma alternativa mais ética e menos prejudicial ao feto e à mulher.
A polêmica em torno da assistologia ganhou destaque após uma decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu uma resolução do CFM proibindo a prática. Com a liminar, o procedimento técnico foi novamente liberado, levantando questões sobre sua eficácia e segurança.
Gallo enfatizou a importância de um atendimento mais precoce para mulheres vítimas de estupro, destacando a necessidade de um sistema público eficiente nesses casos. A discussão envolve não apenas questões éticas e legais, mas também a disponibilidade de recursos e tecnologias, como as unidades de terapia intensiva, para garantir a sobrevivência de fetos prematuros.
A viabilidade de um feto com 25 semanas de gestação e peso de 500 gramas para sobreviver fora do útero é um ponto crucial nesse debate. A partir da 22ª semana, considera-se o feto como potencialmente viável, o que levanta questionamentos sobre a prática da assistolia em casos de interrupção da gravidez.
O CFM ressalta a importância de respeitar a legislação vigente e os princípios éticos da medicina ao lidar com gestações avançadas. A decisão de interromper uma gravidez após as 22 semanas deve ser cuidadosamente avaliada, considerando tanto os direitos da gestante quanto a possibilidade de vida do nascituro por meio do parto prematuro.
Em um cenário onde a assistologia é questionada, a busca por alternativas como a indução do parto destaca a necessidade de um debate amplo e transparente sobre os procedimentos adotados em casos delicados como esse. A ética médica e o respeito à vida devem guiar as decisões, garantindo o melhor cuidado tanto para a gestante quanto para o feto em desenvolvimento.
Fonte: @ Agencia Brasil
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