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Astrofísico explora Esferas de Dyson e busca evidências de civilizações através de assinaturas de radiação em estrelas.
Nota do editor: Simon Goodwin é professor de astrofísica teórica na Universidade de Sheffield (Inglaterra). Há três maneiras de buscar evidências de civilizações alienígenas tecnológicas. Uma delas é observar o céu noturno em busca de sinais de estrelas distantes, que possam abrigar vida extraterrestre. Outra abordagem é analisar a luz emitida por diferentes tipos de estrelas para identificar padrões incomuns que possam indicar atividade alienígena.
Além disso, a busca por astros habitados por seres inteligentes também pode se estender além das fronteiras do Sistema Solar. A exploração de outros corpos celestes, como exoplanetas em zonas habitáveis ao redor de diferentes sóis, é fundamental para ampliar nossa compreensão do universo e das possíveis formas de vida que podem existir fora da Terra.
Procurando Evidências de Civilizações nas Estrelas
Uma terceira abordagem interessante é buscar sinais de projetos de engenharia em larga escala no espaço. Um grupo de cientistas decidiu seguir essa rota, examinando minuciosamente dados de pesquisas astronômicas recentes para identificar sete estrelas que poderiam abrigar megaestruturas alienígenas conhecidas como Esferas de Dyson, que merecem uma análise mais aprofundada. Este estudo minucioso procura por comportamentos peculiares em estrelas que podem indicar a presença dessas megaestruturas alienígenas.
Os sete corpos celestes em questão, todos situados a menos de 1.000 anos-luz da Terra, são estrelas do tipo ‘anãs M’ – uma categoria de estrelas menores e menos luminosas que o Sol. As Esferas de Dyson foram concebidas pela primeira vez pelo físico Freeman Dyson em 1960 como uma maneira de uma civilização avançada aproveitar a energia de uma estrela. Compostas por coletores de energia, fábricas e habitats flutuantes no espaço, essas megaestruturas gradualmente envolveriam a estrela até cercá-la quase que completamente, formando uma esfera.
Dyson percebeu que essas megaestruturas deixariam uma assinatura observável. A assinatura de Dyson, que os pesquisadores buscaram neste estudo recente, é um excesso significativo de radiação infravermelha. Isso ocorre porque as megaestruturas absorveriam a luz visível emitida pela estrela, mas não conseguiriam aproveitar toda essa energia. Como resultado, elas teriam que liberar o excesso de energia na forma de radiação infravermelha, com um comprimento de onda muito maior.
No entanto, essa radiação também pode ser atribuída a outras fontes, como um disco de gás e poeira ou discos de cometas e detritos orbitando a estrela. No entanto, as sete estrelas candidatas não se encaixaram nos modelos de discos.
Uma possível assinatura adicional de uma Esfera de Dyson é a diminuição da luz visível da estrela à medida que a megaestrutura passa na frente dela. Essa assinatura já foi observada anteriormente, como no caso da estrela de Tabby, ou Kic 8462852, que exibiu quedas incomuns em seu brilho, sugerindo a presença de uma megaestrutura alienígena.
Embora exista entusiasmo em torno dessas descobertas, é importante considerar explicações naturais para esses fenômenos, como nuvens de cometas ou poeira. No entanto, a busca por essas assinaturas peculiares continua, e novas observações podem revelar mais sobre o comportamento estranho das estrelas. A investigação das sete estrelas candidatas pode fornecer insights valiosos sobre a possível existência de civilizações avançadas além de nosso sistema solar.
Fonte: © CNN Brasil
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