Presidente do BC: prêmio de risco na gestão ‘diminuiu bastante’ após ciclo de política monetária.
O mandato do presidente do Banco Central, Campos Neto, está próximo do fim e ele já se prepara para fazer a transição para seu sucessor. Campos Neto mencionou a importância de manter a firmeza e dizer ‘não’ quando necessário, destacando a importância de tomar decisões difíceis para garantir a estabilidade econômica do país.
Roberto Campos Neto, que está no cargo desde fevereiro de 2019, pretende deixar o cargo de forma suave e garantir que seu sucessor tenha condições de dar continuidade ao trabalho realizado. Durante seu mandato, Campos Neto enfrentou diversos desafios econômicos e sempre buscou tomar as decisões certas para manter a solidez do sistema financeiro, destacando-se como uma figura importante no cenário econômico nacional.
Campos Neto e a Importância da Comunicação
Campos Neto destacou a relevância de dizer não e explicar, tanto interna quanto externamente, que o ciclo de política monetária possui um prazo específico. Em sua participação no evento Bradesco BBI Brazil Investment Forum, realizado em São Paulo, Roberto Campos Neto enfatizou que a sabatina do novo nome deve ocorrer ainda neste ano. Ele ressaltou a complexidade da situação, mencionando que caso não seja feita a sabatina a tempo, haverá problemas, uma vez que seu mandato se encerra em 31 de dezembro.
Ao abordar a transição de governo, o presidente do Banco Central destacou a importância de uma transição civilizada e respeitosa. Segundo Campos Neto, apesar das divergências ideológicas, é fundamental que todos estejam alinhados em prol do Brasil. Ele ressaltou que a diminuição do prêmio de risco na troca de gestão é um sinal positivo e que as últimas decisões do Comitê de Política Monetária têm sido unânimes, reforçando a estabilidade das medidas adotadas.
Desinflação e os Próximos Passos
Em relação à desinflação, Roberto Campos Neto ressaltou a importância de compreender de onde virão os próximos passos. Ele destacou que parte significativa da desinflação global tem sido impulsionada pelos setores de energia e alimentos, levantando questionamentos sobre a sustentabilidade desse processo em um contexto de pleno emprego em países avançados.
O presidente do BC observou que a inflação de serviços se manteve em patamares elevados, contrastando com a dinâmica dos países emergentes. Nos Estados Unidos, a inflação geral começou a estabilizar em torno de 3,2%, evidenciando a complexidade do cenário econômico global. Campos Neto ressaltou a importância da narrativa do Banco Central americano em relação ao processo de desinflação, enfatizando o papel de fatores como a mão de obra nesse contexto.
Em relação à atividade global, o presidente do Banco Central mencionou os debates em torno da taxa neutra de juros e a dificuldade em modelar esse indicador. Ele apontou para a abundância de liquidez na economia americana, alertando para os riscos relacionados ao endividamento mundial pós-pandemia. Campos Neto também chamou atenção para a projeção da dívida americana, considerando curioso o fato de Jerome Powell ter evidenciado a política fiscal recentemente. A complexidade do cenário econômico global demanda atenção e análises criteriosas para o estabelecimento de políticas eficazes e sustentáveis.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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