Criadores de gado na vasta região agrícola usam churrasqueiras improvisadas em torno de fazendas argentinas para encontros sociais ao ar livre.
Conhecidos pelos rodízios de carne, extensas criações de gado, churrascos e pela parrilla, os brasileiros estão desfrutando cada vez mais da diversidade de cortes de carne disponíveis. O consumo de carne no Brasil tem aumentado significativamente nos últimos anos, impulsionado pela paixão nacional por um bom churrasco e pela riqueza de opções culinárias que envolvem a carne.
Enquanto o consumo de carne cresce no Brasil, os argentinos enfrentam uma realidade diferente, com a redução do consumo de carne em meio à crise econômica. A queda no consumo de carne na Argentina reflete as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país, contrastando com a tendência observada no Brasil. A carne continua a desempenhar um papel central na cultura de ambos os países, mas com impactos distintos em seus hábitos alimentares.
Consumo de carne: uma tradição argentina
Vastas casas argentinas têm churrasqueiras em torno das quais as famílias se reúnem. Churrascarias estão espalhadas por Buenos Aires e as pessoas se juntam em churrasqueiras improvisadas para saborear a carne, mesmo em canteiros de obras ou protestos. A carne é um elemento central na dieta argentina, uma tradição que perdura ao longo dos anos.
De acordo com a aposentada Claudia San Martín, de 66 anos, a carne é tão essencial para os argentinos como a massa é para os italianos. Em meio a dificuldades financeiras, ela afirma estar disposta a fazer cortes em outras despesas, mas a carne é sagrada e indispensável. O amor dos argentinos pela carne é evidente, mesmo diante de tempos difíceis.
No entanto, dados recentes indicam uma queda no consumo de carne entre os argentinos. Este ano, a taxa de consumo está em torno de 44 kg por ano, uma redução significativa em relação aos anos anteriores. Fatores como inflação, crise econômica e mudanças nos hábitos alimentares contribuíram para essa diminuição.
A economia argentina enfrenta desafios, com uma inflação alarmante e medidas de austeridade impactando diretamente o poder de compra da população. O presidente Javier Milei implementou políticas que afetaram o bolso dos argentinos, levando muitos a repensar seus hábitos de consumo, incluindo a carne.
Em meio a esse cenário, o setor agrícola da província de Buenos Aires também sente os efeitos do declínio no consumo de carne. Criadores de gado como Luis Marchi observam com preocupação a queda na demanda, atribuindo-a à crise econômica e à busca por alternativas mais acessíveis.
Enquanto o consumo interno diminui, as exportações de carne argentina aumentam, com a China sendo o principal mercado. No entanto, os preços globais em queda afetam a rentabilidade dos agricultores, que enfrentam desafios para manter seus negócios sustentáveis.
Em meio a essas mudanças, os argentinos continuam apreciando a carne, buscando opções mais econômicas sem abrir mão desse alimento tradicional. O mercado de carne na Argentina reflete as complexidades sociais e econômicas do país, onde a carne é mais do que um alimento, é parte da identidade e da cultura local.
Fonte: @ Agencia Brasil
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