Relacionamento por interesse gourmetizado: nenhuma novidade no universo dos casamentos arranjados do século.
Nos últimos dias, quando ouvi falar sobre essa hipergamia pela primeira vez, pensei que se tratava de alguém que busca constantemente um parceiro com alto status social.
Descobri que a hipergamia é um termo que descreve a tendência de indivíduos, principalmente mulheres, em se casarem com parceiros de status social superior ao delas, o que está relacionado com a gamia e a busca por segurança financeira.
Hipergamia: Uma Reflexão sobre Relacionamentos e Comportamento
O sufixo ‘gamia’ me levou diretamente para o universo da monogamia, que é o relacionamento com um único parceiro ou parceira, e da poligamia, o relacionamento com vários seres humanos ao mesmo tempo. Nessa linha de raciocínio, a hipergamia seria, na minha cabeça, alguém que busca se relacionar com o máximo possível de pessoas, sem medo de ser feliz. Mas não é bem assim.
Descobri que o termo ‘hipergâmico’ descreve, na verdade, um monogâmico com um gosto específico e bastante seletivo. Em geral, praticar a hipergamia significa escolher se relacionar com pessoas que possuem mais recursos financeiros e/ou poder do que você. Um comportamento que, apesar de não ser novidade, levanta questões interessantes.
A prática da hipergamia não é algo novo. Em tempos passados, muitos casamentos eram arranjados, com a transferência de ‘dotes’ da família do noivo para a família da noiva, geralmente em forma de dinheiro ou propriedades. Essa prática era comum no século 19 e refletia uma realidade social e econômica diferente da atual.
O filme ‘Donzela’, com a atriz Millie Bobby Brown, retrata uma história fictícia em que a princesa é entregue em casamento em troca de ouro e terras. Embora essa prática seja retratada no filme, atualmente casamentos por interesse são vistos de forma negativa na sociedade.
Antigamente, os dotes eram vistos como compensação pela perda de mão de obra doméstica que a noiva representava. Além disso, serviam como antecipação de herança para a família da noiva. No entanto, a ideia de colocar um preço em uma pessoa e quantificar seu valor para um relacionamento é considerada bizarra nos dias de hoje.
Os casamentos por interesse eram comuns em épocas passadas, mas atualmente a decisão de se relacionar com alguém deve ser baseada no afeto e não em interesses materiais. A sociedade moderna desaprova relacionamentos motivados por interesses financeiros.
A demonização do casamento por interesse é evidente na legislação brasileira, que proibia casamentos com comunhão total de bens envolvendo pessoas com mais de 70 anos até o início deste ano. Essa mudança reflete a evolução dos valores sociais em relação aos relacionamentos e a importância de escolhas baseadas no amor e na afinidade, em detrimento de interesses materiais.
Fonte: © CNN Brasil
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