Chuvas recentes destroem remédios, espalham tuberculose na população após alagamentos.
O estado do Rio Grande do Sul tem enfrentado as enchentes nos últimos 45 dias, o que tem gerado preocupações quanto à saúde da população que sofre com as consequências das fortes chuvas. As autoridades locais têm se empenhado em prevenir a propagação de doenças, como a tuberculose, em meio às condições desafiadoras provocadas pelas inundações. O hospital sanatório Paternon, vinculado à rede estadual de saúde, desempenha um papel fundamental no tratamento desses casos.
Além dos danos causados pelas enchentes, as calamidades naturais têm exposto a fragilidade das estruturas urbanas e a necessidade de medidas preventivas mais eficazes. A população afetada pelos alagamentos enfrenta desafios diários para reconstruir suas vidas e superar os impactos desses eventos extremos. A solidariedade e a cooperação entre os cidadãos e as autoridades locais são essenciais para enfrentar os desafios decorrentes dessas situações de emergência.
Enchentes: Impacto nas ações de controle da tuberculose
A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da Secretaria de Estado e Saúde, Carla Jarczewski, tomou medidas em abrigos para conter a propagação da doença. Em meio às últimas 45 dias de enchentes, a preocupação com a disseminação da tuberculose tem sido constante. ‘A concentração de pessoas favorece a transmissão. Desde o início das enchentes, estamos intensificando a busca por indivíduos com sintomas respiratórios, tosse, suores noturnos, falta de apetite e perda de peso, que são características do quadro respiratório, especialmente a tosse, com ou sem catarro’, destacou.
Carla ressaltou a importância de identificar rapidamente os casos para evitar a propagação da doença. ‘Muitas pessoas que estavam em tratamento domiciliar contra tuberculose perderam seus medicamentos devido às enchentes. Além de perderem suas casas e pertences, ficaram sem documentos e remédios. Por isso, é crucial restabelecer a medicação o mais rápido possível’, enfatizou.
A situação das enchentes no Rio Grande do Sul levanta preocupações sobre o possível aumento de casos de tuberculose no estado. Segundo Clara Jarczewski, diretora técnica do Hospital Sanatório Paternon, é preciso aguardar para analisar os impactos completos. ‘A tuberculose é uma doença de notificação obrigatória, mas os dados podem demorar a ser registrados no sistema devido à natureza da doença. Ainda é prematuro tirar conclusões. Com os últimos 45 dias de enchentes, teremos uma visão mais clara no final do ano’, explicou.
A população em situação de rua tem sido especialmente afetada, com um aumento nos casos de tuberculose desde 2017. Em 2022, foram registrados 250 casos, um aumento de mais de 5% em relação ao ano anterior. Essas pessoas enfrentam desafios únicos devido à duração prolongada do tratamento. ‘Os pacientes em situação de rua raramente concluem o tratamento. Nos últimos anos, temos observado desfechos mais graves, o que reflete a vulnerabilidade desse grupo à tuberculose’, ressaltou Clara Jarczewski.
O Hospital Sanatório Paternon desempenha um papel crucial no apoio ao controle da tuberculose no estado, sendo a referência para casos mais complexos. A luta contra a tuberculose em meio às enchentes e calamidades exige esforços contínuos para proteger a população vulnerável e garantir o acesso aos cuidados de saúde necessários.
Fonte: @ Agencia Brasil
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