Artigo de Grazielle Gomes sobre fachadas ativas em São Paulo pós Plano Diretor de 2014. Incorporadoras beneficiadas com Térreo mais ativo.
Integradas ao ambiente urbano, as Fachadas Ativas representam uma abordagem inovadora que visa promover a interação entre os edifícios e as ruas. Implementadas de acordo com o Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, essas fachadas transformam a paisagem da cidade ao substituir barreiras por espaços comerciais convidativos, como lojas e cafés que se conectam diretamente com as calçadas.
A criação de fachadas interativas contribui significativamente para a vitalidade urbana, oferecendo uma frente dinâmica que estimula a movimentação e a diversidade de atividades nos espaços públicos. Com a presença de estabelecimentos comerciais e serviços acessíveis aos pedestres, as fachadas ativas não apenas enriquecem a experiência urbana, mas também fortalecem a sensação de pertencimento e interação social na cidade.
Frentes Ativas: Transformando o Conceito das Cidades
O benefício concedido às incorporadoras que adotam as fachadas ativas é de 20% ou 50% da área do terreno, a depender do Zoneamento onde o lote está inserido. Logo que aprovada na lei, esta nova possibilidade causou um certo estranhamento, com as incorporadoras que temiam a desvalorização dos empreendimentos. O resultado, constatou-se depois, foi justamente o contrário. A proposta da Lei é um resgaste do conceito de ter um térreo mais ativo, com maior integração humana, que se conecta à cidade, dialoga com o bairro e transforma as calçadas em passeios agradáveis. As fachadas estimulam as pessoas a circularem mais por entre os bairros e apropriarem-se da cidade, sem contar o aumento da sensação de segurança nas ruas.
As frentes dinâmicas substituem os tradicionais muros, tornando-se como janelas que se abrem para novas oportunidades e interações. Desafiam a rigidez dos empreendimentos, convidando a cidade para dentro de seus espaços, ressignificando a relação entre o público e o privado. O que era temido virou uma grande tendência: o empreendimento de Uso Misto. Junto desta nova tipologia, chegaram respostas às dúvidas. A ideia é que o desenvolvedor faça uma pesquisa de mercado, para analisar se existe potencial de viabilidade ao uso misto, afinal, ele não é obrigado a usar o benefício.
Incorporadoras que adotam fachadas ativas têm a oportunidade de criar espaços que promovam a interação entre as pessoas e o ambiente urbano. Com a implementação eficaz, não só agregam valor à cidade, mas também contribuem para a vitalidade econômica do entorno. A combinação de residências, comércios e espaços de lazer cria uma trama urbana rica e dinâmica, proporcionando uma experiência completa e integrada para os cidadãos.
A nova possibilidade trouxe consigo mudanças significativas no cenário urbano. A implementação das fachadas ativas não apenas revitaliza espaços, mas também redefine a forma como as pessoas interagem e vivenciam a cidade. A conexão entre o público e o privado se torna mais fluida, estimulando a diversidade e a vivacidade nas áreas urbanas.
Os empreendimentos que adotam as fachadas interativas estão alinhados com as diretrizes do Plano Diretor Estratégico, buscando uma maior integração com a comunidade e um uso mais eficiente do espaço urbano. As fachadas ativas representam uma evolução na concepção arquitetônica, promovendo uma maior harmonia entre o ambiente construído e o entorno natural.
Fonte: © Estadão Imóveis
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