Artigo sobre instrumento de incentivo em empreendimentos imobiliários após o Plano Diretor de São Paulo, por Leandro Begara.
Em 2020, participei ativamente da elaboração de um relatório encomendado por uma entidade de arquitetura e urbanismo para analisar a eficácia das fachadas ativas na revitalização de regiões urbanas. A pesquisa buscou investigar a relação direta entre a implantação de fachadas ativas e a dinamização econômica de determinadas áreas da cidade, revelando impactos positivos para o comércio local e a qualidade de vida dos moradores.
Ao nos aprofundarmos na análise dos dados coletados, destacou-se a importância de promover a diversificação dos espaços comerciais em destaque nas fachadas ativas, a fim de atrair um público mais amplo e garantir a sustentabilidade dessas intervenções urbanas a longo prazo. Essa abordagem estratégica não apenas valoriza o ambiente urbano, mas também estimula a interação social e a inovação nos negócios locais, resultando em uma comunidade mais vibrante e conectada.
A Importância das Fachadas Ativas no Ambiente Urbano
A necessidade de aprimorar o ambiente urbano na maior metrópole do hemisfério Sul era urgente, e o Plano Diretor propôs soluções ousadas e, em certa medida, inovadoras. Com a revisão do Plano Diretor e as discussões sobre a LUOS, evidencia-se a pertinência de avaliar os impactos do PD 2014 na cidade, visando aprimorá-lo para o futuro.
O Crescimento dos Espaços Comerciais em Destaque
Segundo dados da Geoimóvel, foram identificados 320 empreendimentos lançados desde 2016 com pelo menos 1 loja em fachada ativa, totalizando 743 lojas. Em média, cada lançamento possui 2,3 lojas, somando cerca de 149 mil m² de área privativa. O conceito de fachada ativa tem sido amplamente utilizado pelo mercado imobiliário na cidade.
O Desafio das Fachadas Ativas nos Espaços Comerciais
O benefício do acréscimo de potencial construtivo para empreendimentos com fachadas ativas é evidente, porém, a demanda para sustentar essa oferta adicional muitas vezes não se concretiza. Muitos espaços comerciais nessas fachadas ainda estão vagos, impactando a eficácia da estratégia inicial.
A concentração dos empreendimentos com fachadas ativas nos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana é notável, priorizando o adensamento residencial e comercial próximos aos transportes coletivos. Apesar do potencial dessas áreas, há ainda espaços desocupados devido ao excesso de oferta.
O Futuro das Fachadas Ativas e dos Espaços Comerciais
Embora tenha revitalizado a oferta de espaços comerciais em diversos locais, o aumento nos valores de aluguel pode dificultar a ocupação por comerciantes. O desafio atual é equilibrar a oferta de espaços comerciais, ajustando os preços de locação para garantir a sustentabilidade das operações comerciais.
É fundamental repensar a legislação vigente para evitar que um incentivo se torne um problema futuro. A regulação dos preços não é a solução, mas a revisão do dispositivo legal é necessária para garantir que os benefícios das fachadas ativas não criem novos desafios. O futuro da cidade depende desse equilíbrio!
Fonte: © Estadão Imóveis
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