Diminuição de montante da aplicação tradicional com mordida de 15% do imposto de renda, seguindo regras tributárias. Arrecadação pode chegar a R$ 14 bilhões.
Uma parcela considerável dos investidores dos fundos de investimento que consultarem os extratos de maio nesta sexta-feira (31) perceberão que o valor do investimento diminuiu em relação ao montante de abril – e isso não se trata de um equívoco do aplicativo. Trata-se do ‘come-cotas‘, a clássica retenção do imposto de renda.
Em relação ao come-cotas, é importante estar ciente de que essa prática é recorrente e faz parte do processo de tributação dos investimentos. O imposto de renda é descontado semestralmente, o que pode impactar o valor final do investimento a longo prazo. Portanto, é essencial considerar esse aspecto ao avaliar o desempenho do seu investimento.
Impacto do ‘come-cotas’ nos investimentos
O ‘come-cotas’ é um termo que gera muita discussão entre os investidores, principalmente quando se trata do imposto de renda. Essa prática ocorre no último dia de maio e de novembro, quando os administradores realizam o cálculo do rendimento dos produtos nos últimos seis meses.
Sobre o montante obtido, é aplicada uma alíquota de 15% de imposto de renda sobre os ganhos, resultando em uma diminuição automática dos fundos repassada para a Receita Federal. Essa mordida do leão afeta diretamente os cotistas, mesmo que não tenham realizado o resgate do valor.
As regras tributárias no Brasil são conhecidas por sua complexidade, e nem todos os fundos de investimentos estão sujeitos ao ‘come-cotas’. Em especial, os fundos multimercados e de renda fixa voltados ao público em geral são os mais afetados por essa tributação.
Por outro lado, os fundos de ações, imobiliários e de previdência não sofrem com essa cobrança. O ‘come-cotas’ representa uma fonte significativa de receita para o governo, cujo valor arrecadado depende dos juros do semestre, que atingiram cerca de 6%, e do volume de recursos em fundos sujeitos a essa tributação.
Historicamente, a arrecadação com o ‘come-cotas’ foi de R$ 10 bilhões quando os juros estavam em torno de 6% por semestre. Com a taxação dos fundos exclusivos, essa arrecadação deve aumentar em aproximadamente R$ 4 bilhões. Desde dezembro do ano passado, mais fundos foram incluídos nessa categoria de tributação.
Estima-se que a arrecadação com o imposto possa chegar a R$ 14 bilhões, segundo o Valor Investe. Para os investidores, isso significa possíveis perdas ou, na melhor das hipóteses, uma rentabilidade próxima a zero em seus extratos de maio.
O resgate para pagar o ‘come-cotas’ corresponderá a 15% sobre os juros do último semestre, equivalente à rentabilidade esperada dos fundos em maio, em torno de 0,9%. Embora essas mudanças possam gerar preocupações, é importante estar ciente e preparado para lidar com as consequências do ‘come-cotas’ nos investimentos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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