A influência brasileira na participação acionária da empresa diminui com fusão entre Kraft e megainvestidor Warren Buffett, representantes 3G no conselho.
O Grupo InBev, conhecido por suas aquisições estratégicas no mercado de bebidas, tem se destacando globalmente. A famosa empresa de private equity 3G Capital, cofundada por Jorge Paulo Lemann, fez recentemente uma movimentação significativa no cenário empresarial ao vender sua participação na Kraft Heinz. Essa transação chamou a atenção dos analistas de mercado e impactou diretamente o setor de consumo nos Estados Unidos.
Com essa mudança, a companhia InBev reforça sua posição como um dos principais players no mercado internacional de bebidas. A atuação estratégica do Grupo InBev, aliada à expertise da 3G Capital, demonstra a constante busca por oportunidades de crescimento e inovação. A organização InBev segue surpreendendo o mercado com suas decisões assertivas e promissoras.
Grupo InBev reduz participação acionária em empresa resultante de fusão
Quase nove anos após selar a fusão entre a Kraft Foods e a Heinz, impulsionada pela presença acionária do megainvestidor Warren Buffett, o Grupo InBev decidiu vender discretamente os 16,1% de participação que ainda detinha na empresa no último trimestre de 2021. Após obter a aprovação para a criação da Kraft Heinz, o grupo de origem brasileira assumiu a administração da companhia resultante da fusão, introduzindo sua cultura pautada na economia de custos, eficiência operacional e metas ambiciosas de resultados, inspiradas em práticas previamente implementadas em organizações brasileiras como a Ambev e entidades financeiras como o Banco Garantia.
Nos anos recentes, a influência do Grupo InBev na Kraft Heinz foi gradativamente diminuindo, culminando com a ausência de representantes da 3G no conselho de administração da empresa em julho de 2022. Por outro lado, o grupo Berkshire Hathaway de Buffett permanece ativo como principal acionista, detendo uma fatia de 26,8%. A estratégia inicial, respaldada por Buffett, era revitalizar a gestão da empresa resultante da fusão, incorporando os métodos de administração da 3G, que se destacaram no mercado americano por meio de uma série de fusões e aquisições que deram origem à Anheuser-Busch InBev.
A 3G também supervisionou a expansão da rede Burger King, consolidando uma divisão de cadeias de alimentação como parte de seu portfólio de investimentos. A gestão da Kraft Heinz era vista como um passo importante em direção à conquista do mercado de consumo nos EUA, consolidando a parceria entre Berkshire e 3G iniciada em 2013 com a aquisição da Heinz, seguida dois anos mais tarde pela fusão com a Kraft.
Embora tenha havido especulações sobre a possibilidade de Lemann e seus colegas considerarem adquirir a Unilever ou até mesmo a Coca-Cola, o sucesso anterior não se repetiu no novo empreendimento. Apesar de cortes iniciais de custos terem gerado resultados positivos, sob a liderança de Bernardo Hees, executivo de confiança dos bilionários brasileiros, as mudanças nos hábitos de consumo, com uma busca por alimentos mais saudáveis e menos processados, impactaram negativamente a estratégia.
A partir de 2019, tornou-se evidente que o plano original falhou, resultando em trimestres desfavoráveis, redução de dividendos, investigações contábeis da Securities and Exchange Commission e um baque de US$ 15 bilhões em desvalorização de marcas. Em um discurso subsequente, Lemann reconheceu os desafios enfrentados, admitindo que o mercado de alimentos não ocorreu conforme o esperado e reconhecendo que sua abordagem de gestão pode ter ficado defasada diante das novas demandas do mercado.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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