Cesar Gon, da Ci&T, acredita que o poder de GPU e modelos multimodais serão essenciais. Empresas expostas aos consumidores liderarão o uso da tecnologia nesta década.
A popularidade da tecnologia de inteligência artificial só cresce, despertando o interesse de grandes investidores. Porém, as previsões apontam que 2024 será um ano desafiador para a área, com possíveis decepções em relação aos modelos multimodais, que integram textos, vídeos e outras formas de mídia em suas análises.
A IA tem se mostrado uma ferramenta poderosa em diversas aplicações, revolucionando setores e processos. É importante estar atento às tendências e mudanças que a inteligência artificial trará nos próximos anos. Novas descobertas e avanços tecnológicos surgem constantemente nesse cenário em constante evolução.
Como a inteligência artificial está revolucionando o mercado tecnológico
Essa é a visão de Cesar Gon, CEO da CI&T, empresa de tecnologia da informação e desenvolvimento de software, que falou sobre o assunto em um painel do fórum de investimentos anual promovido pelo Bradesco BBI. Segundo o especialista, há muita expectativa sobre essas plataformas. Contudo, existe um limite de disponibilidade de dados.
‘Acessar texto é muito mais fácil do que imagens e vídeos: ambos os recursos costumam ter direitos autorais que impedem o seu uso, diferente do texto, que geralmente já está em domínio público’. Além disso, aponta, recursos multimídia são mais dependentes das unidades de processamento gráfico (GPUs) e demandam maior poder de computação e energia.
Ou seja, exigem mais investimentos para que sejam processados pela tecnologia. Esses obstáculos não são simples de serem ultrapassados, e demandam tempo. Por conta disso, Gon acredita que a tecnologia esteja ‘superestimada’ para os próximos dois anos, e subestimada para os próximos dez.
A importância da maturidade de dados para a utilização da IA
Para o especialista, empresas mais expostas aos seus consumidores serão as primeiras a usar a tecnologia, e o primeiro parâmetro de que estão prontas para utilizá-la será a maturidade de sua base de dados. ‘Não bastará ter quantidade, mas também uma cultura de manejar e tratar esses dados’.
Sinais de que uma empresa poderá ter ganhos de eficiência e produtividade com a inteligência artificial e, como consequência, ser alvo de investimentos é verificar se ela trata a tecnologia como estratégia, e se há conhecimento sobre tecnologia pelos membros da direção e conselho.
‘Acho ingenuidade que uma empresa que não usa tecnologia em seus processos acredite que vá se transformar em uma empresa que usa IA em dois ou três anos. A Magazine Luíza é um caso de empresa que usa tecnologia em seu negócio, mas essa transformação levou décadas’, conclui Gon.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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