Chanceler brasileiro participou de reunião com Maduro para proclamar sua reeleição. Resultado contestado, atas de votação publicadas.
O Ministério das Relações Exteriores instruiu a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, a não participar de uma reunião com o presidente Maduro, marcada para esta segunda-feira (29). Maduro, conhecido por sua postura controversa, tem sido alvo de críticas internacionais por suas políticas.
Apesar das tensões diplomáticas, o Brasil mantém relações comerciais com o governo venezuelano. A decisão de não comparecer ao encontro com o presidente Maduro reflete a posição do governo brasileiro em relação à situação política na Venezuela. A embaixadora Oliveira seguirá as orientações do Ministério das Relações Exteriores, reforçando a postura do Brasil em relação ao regime de Maduro.
Maduro: Presidente Venezuelano Reivindica Reconhecimento de Reeleição
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em conjunto com Colômbia e México, está analisando a possibilidade de emitir uma nota de cobrança à Venezuela para a publicação das atas das eleições venezuelanas, que ocorreram recentemente. A iniciativa surge após o venezuelano convocar representantes de outros países para uma reunião de reconhecimento de sua reeleição.
Neste encontro, orientado pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira, a expectativa é que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva apenas reconheça o resultado reivindicado por Maduro, que tem sido contestado pela oposição e por outras nações, quando as atas de votação forem publicadas pelo CNE, órgão venezuelano responsável pelo pleito.
Enquanto isso, o Palácio do Planalto solicitou à Venezuela a divulgação dos detalhes das urnas, algo que ainda não foi realizado pelo CNE. Nicolás Maduro, atual presidente do país, tem sido alvo de protestos de cidadãos que demandam maior transparência no processo eleitoral.
Segundo informações do CNE, Maduro obteve 5,15 milhões de votos, correspondendo a 51,2% do total, o que o proclamou presidente da república para um terceiro mandato consecutivo, estendendo seu poder até 2031. A reeleição de Maduro também gerou manifestações na Argentina e na Colômbia, com críticas à falta de divulgação da contagem detalhada dos votos.
O presidente argentino, Javier Milei, afirmou que a Argentina não reconhece a ‘fraude eleitoral’ na Venezuela e respondeu às ofensas de Maduro, que o chamou de ‘traidor’ da pátria. Além disso, outros países, como Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, exigiram acesso às atas das eleições e uma revisão completa dos dados eleitorais.
A líder opositora María Corina Machado e seu candidato Edmundo González Urrutia também se pronunciaram após os resultados divulgados pelo CNE, questionando a veracidade das informações apresentadas. O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou que não reconhecerá resultados que não sejam verificáveis, enfatizando a importância da transparência no processo eleitoral.
Fonte: © A10 Mais
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