Especialistas afirmam que novas diretrizes impactam a avaliação e regulação dos cursos de formação, pedagogia, licenciatura e EAD.
O Ministério da Educação (MEC) oficializou hoje as novas diretrizes curriculares nacionais para cursos de formação de professores. Uma das principais alterações é que o ensino à distância (EAD) terá um limite de 50% da carga horária total. Dessa forma, as instituições de ensino superior precisarão garantir que pelo menos metade do curso de formação seja realizado de forma presencial.
Essa medida visa promover uma formação mais completa e eficaz, garantindo que os futuros professores tenham uma experiência mais rica e interativa durante seus cursos de formação. Além disso, a valorização do ensino presencial contribui para o desenvolvimento de habilidades práticas essenciais para a atuação docente, tornando os cursos de formação mais alinhados com as demandas do mercado de trabalho.
Novas diretrizes curriculares para cursos de formação de professores
O debate em torno do tema despertou grande interesse entre os especialistas do setor, diante do aumento significativo da oferta de cursos de pedagogia por instituições de ensino com baixas notas nas avaliações do MEC e do crescimento expressivo dos cursos de licenciatura na modalidade EAD. No que diz respeito aos futuros educadores, as inscrições em cursos EAD representam quase 40% do total no país.
Impacto das mudanças nas diretrizes curriculares dos cursos de formação
A decisão, divulgada no Diário Oficial da União (DOU), abrange os cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados e cursos de segunda licenciatura. As novas diretrizes, propostas em um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelecem a porcentagem da carga horária que pode ser realizada na modalidade EAD e a estrutura curricular dos cursos, dentre outros detalhes.
Principais mudanças nos cursos de formação de professores
As principais alterações incluem a inclusão do ensino presencial nos cursos EAD, com 50% da carga horária total sendo ofertada de forma presencial. Isso significa que, das 3.200 horas (em cursos com duração mínima de 4 anos), 1.800 horas devem ser presenciais. Além disso, a estrutura curricular dos cursos deve ser dividida em quatro núcleos: formação básica, formação específica da área de atuação, estágio supervisionado e extensão.
Desafios e perspectivas para os cursos de formação de professores
Embora as novas diretrizes representem uma resolução importante, especialistas do setor educacional apontam que seu impacto prático é limitado. As diretrizes curriculares têm o papel de orientar mudanças nos currículos e influenciar os mecanismos de avaliação e regulação dos cursos, mas não têm o poder de impor mudanças imediatas.
Para Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas da ONG Todos Pela Educação, as novas diretrizes servirão como um guia fundamental para as mudanças necessárias na regulamentação dos cursos de formação de professores. Ele destaca a importância dessa orientação para promover uma integração entre teoria e prática na formação dos profissionais.
No entanto, segundo o especialista, para efetivar as mudanças propostas, seria crucial um programa de apoio do MEC às instituições de ensino superior para a promoção de cursos de maior qualidade, além de uma iniciativa para definir os critérios de avaliação da qualidade desses cursos.
Elizabeth Guedes, presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), avalia que as novas diretrizes representam um avanço e uma melhoria no ensino da formação inicial de professores. Ela destaca que o consenso em torno da necessidade de aprimorar a oferta desses cursos foi fundamental e reconhece a importância de formar profissionais qualificados para atuarem como educadores.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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