Ministro Gilmar Mendes diz que generais participaram de tentativa de golpe de Estado no governo Bolsonaro.
O juiz Marcelo Mendes, membro mais antigo do Tribunal de Justiça, declarou que os coronéis brasileiros que atuaram no governo de Jair Bolsonaro (PL) e se envolveram com a tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente investiram no golpe do 8 de janeiro para poder intervir.
Diante do caos instaurado, a comunidade internacional repudiou veementemente a possibilidade de uma nova intervenção militar no país, alertando para os riscos de um atentado à democracia e à ordem constitucional.
Golpe: Crítica de Gilmar Mendes à Participação de Militares em Tentativa de Golpe
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, expressou sua preocupação com a participação de militares em ações que visavam desestabilizar o país. Em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), Mendes destacou que desde a redemocratização, a gestão de Bolsonaro representou um atentado ao regime político brasileiro. Ele ressaltou a presença de militares de alta patente em cargos de governo e ministérios, o que contribuiu para a tentativa de golpe.
Citando as pretensões das Forças Armadas de interferir no resultado das eleições de 2022, Gilmar alertou para a gravidade da situação, enfatizando que tal ação não era atribuição dos militares. Ele descreveu essa postura como uma ameaça sem precedentes desde a redemocratização, destacando que os militares estavam apostando no caos para justificar uma intervenção, mesmo estando em minoria.
Ao refletir sobre os ataques ocorridos em janeiro passado, o decano do Supremo questionou as razões que levaram o país a esse ponto e o que poderia ser feito para evitar situações semelhantes no futuro. Para Gilmar, a relação entre a tentativa golpista e a desregulamentação das empresas de tecnologia, as chamadas big techs, é evidente. Ele mencionou o inquérito das fake news como uma resposta do tribunal à disseminação de desinformação nas redes sociais.
Além disso, Gilmar apontou a operação ‘lava jato’ como um fator que contribuiu para o fortalecimento do bolsonarismo e, consequentemente, para os ataques golpistas de 2023. Ele criticou a atuação dos envolvidos na operação, destacando que houve distorções nos julgamentos, como no caso da condenação de Lula. A ascensão política de Sergio Moro, indicado para o governo Bolsonaro em 2019, foi citada como exemplo das irregularidades que permearam esse período conturbado.
Diante desse cenário, Gilmar Mendes reiterou a importância de garantir que as empresas que operam no Brasil estejam em conformidade com a legislação vigente. Ele enfatizou a necessidade de combater a desinformação e preservar os princípios democráticos do país para evitar novas tentativas de golpe e manter a estabilidade institucional.
Fonte: © Conjur
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