Estudo no ICO indica que 48% dos adultos brasileiros terão obesidade em 20 anos, com 27% com sobrepeso e novos casos de doenças cardiovasculares, diabetes e renais crônicas.
Até 2044, quase metade dos adultos no Brasil (48%) serão afetados pela obesidade, de acordo com um estudo recente apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO) 2024. Essa projeção alarmante destaca a urgência de ações para combater esse problema de saúde pública.
O mesmo estudo aponta que um adicional de 27% da população adulta brasileira estará lidando com sobrepeso dentro do mesmo período. Essa combinação de excesso de peso e obesidade representa um desafio significativo para a saúde e bem-estar da população, exigindo medidas preventivas e educacionais eficazes.
Estudo alerta para aumento da obesidade entre adultos brasileiros
Um estudo recente, realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicado durante o congresso da Federação Mundial de Obesidade em São Paulo, traz dados alarmantes sobre a prevalência de obesidade e sobrepeso no Brasil. Segundo as projeções, três quartos dos adultos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso nas próximas duas décadas, se as tendências atuais persistirem.
Os números são preocupantes: estima-se que 130 milhões de brasileiros estarão acima do peso, o que representa um aumento significativo nos casos de doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica e outras condições associadas ao excesso de peso. O estudo utilizou um modelo de tabela de vida para estimar os impactos do sobrepeso e da obesidade até 2044, com base em dados demográficos e epidemiológicos.
De acordo com as estimativas, a prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos brasileiros deve chegar a 75% em 2024, um aumento em relação aos 57% registrados em 2023. Isso resultará em 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao excesso de peso, e 1,2 milhão de mortes atribuíveis à obesidade e ao sobrepeso nas próximas duas décadas.
O diabetes é apontado como a principal condição associada à obesidade, representando mais de 51% dos novos casos previstos. Já as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 57% das mortes relacionadas ao excesso de peso até 2044. O estudo também destaca que, embora a distribuição de novos casos entre homens e mulheres seja semelhante, a maioria das mortes relacionadas à obesidade deve ocorrer entre os homens.
Diante desse cenário preocupante, os autores do estudo ressaltam a necessidade de políticas robustas para prevenir e tratar o sobrepeso e a obesidade em todas as faixas etárias. Bruno Halpem, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), alerta para a importância de focar em medidas preventivas e afastar o discurso simplista sobre as causas da obesidade.
É fundamental unir esforços entre governo e sociedade civil para enfrentar esse desafio crescente, que impacta não apenas a saúde, mas também a economia do país. O estudo aponta que, se não forem adotadas medidas eficazes, a carga epidemiológica e econômica do sobrepeso e da obesidade no Brasil continuará a aumentar, com consequências graves para a saúde da população.
Fonte: © CNN Brasil
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