Ana Estrada, 45, morreu domingo; sofria de doença degenerativa desde 2021. A Justiça do Peru permitiu, em 2022, a primeira pessoa no caso justa que optou pela eutanásia.
Recentemente, foi divulgado que Ana Estrada, uma psicóloga peruana que lidava com uma doença degenerativa desde os 12 anos, optou pela eutanásia, conforme compartilhado por sua advogada. A autorização da Suprema Corte do Peru em 2022 permitiu que ela realizasse o procedimento, tornando-se assim um marco como a primeira pessoa no país a escolher a eutanásia.
No debate sobre a eutanásia, questões éticas e legais emergem, desafiando conceitos arraigados sobre o direito à morte digna. É fundamental promover discussões sensíveis e esclarecedoras sobre essa temática complexa a fim de compreender as diferentes perspectivas e necessidades envolvidas.
A batalha de Ana Estrada pela Eutanásia
No domingo, 21 de abril de 2024, ficou marcado como o dia em que Ana Estrada exerceu seu direito fundamental à morte digna, optando pela eutanásia. Sua advogada, Josefina Gayoso, afirmou: ‘Ana partiu nos seus próprios termos, em total controle de sua autonomia, conforme sua concepção de dignidade’. A eutanásia de Ana foi conduzida com base no ‘Plano e Protocolo de Morte Digna’ aprovado pelo Seguro Social de Saúde do Peru.
Ana lutava contra a polimiosite, uma doença degenerativa desde sua adolescência, o que a levou a depender de uma cadeira de rodas a partir dos 20 anos. Sua condição era irreversível, causando fraqueza muscular progressiva. Seu caso se tornou emblemático por representar uma causa justa, defendendo a dignidade e a liberdade de escolha sobre a própria vida e corpo.
A história de Ana contribuiu para um marco histórico no Peru, com o reconhecimento, pela primeira vez, do direito de todos a uma morte digna. Em julho de 2022, a Suprema Corte de Justiça peruana respaldou o pedido de eutanásia de Ana por uma maioria de quatro votos a favor, tornando-se um precedente no país.
A decisão da Justiça peruana definiu a eutanásia como a administração direta de um composto, por via oral ou intravenosa, para encerrar a vida de forma voluntária. O Ministério da Saúde foi ordenado a acatar a determinação judicial, permitindo que Ana escolhesse o momento e o modo de sua passagem com dignidade.
Ana havia solicitado a eutanásia em fevereiro de 2021, expressando sua gratidão àqueles que apoiaram sua decisão. Em janeiro de 2023, com a autorização final do seguro social, ela selecionou o médico responsável, garantindo que sua jornada final fosse de paz, sem dor ou apreensão sobre o futuro. Sua coragem e determinação deixaram um impacto significativo na luta pelo direito à eutanásia.
Avanços Legais para a Eutanásia: O Caso de Ana Estrada
Em um desdobramento histórico, Ana Estrada conquistou o direito à eutanásia no Peru, após anos de batalha judicial. A Suprema Corte do país reconheceu, pela primeira vez, a legitimidade da eutanásia em um veredicto unânime, permitindo que Ana decidisse sobre o fim de sua vida com dignidade e autonomia. Esse marco legal estabelece um precedente importante no debate sobre o direito à morte digna em contextos de doenças degenerativas irreversíveis.
Após anos enfrentando a polimiosite, uma doença progressiva e incapacitante, Ana fez história ao exercer seu direito de escolha sobre sua própria morte. Sua coragem em enfrentar os desafios impostos pela condição médica e em buscar uma saída que refletisse seus desejos e valores é um testemunho poderoso da importância do debate sobre a eutanásia.
A decisão da Suprema Corte peruana deu a Ana o controle final sobre sua narrativa, possibilitando-lhe encerrar sua jornada terrena de acordo com seus próprios termos. Esse caso emblemático levanta questões fundamentais sobre a autonomia do paciente, a compaixão no tratamento de doenças terminais e o papel da legislação na proteção dos direitos individuais em situações de extremo sofrimento.
Ao reconhecer o direito de Ana Estrada à eutanásia, o sistema jurídico peruano dá um passo significativo rumo à humanização do cuidado em saúde, garantindo que as escolhas e os valores dos pacientes sejam respeitados até o último momento. O legado de Ana como uma defensora da morte digna ecoará nas discussões sobre bioética e direitos humanos por muitos anos, inspirando mudanças positivas na forma como lidamos com questões complexas e delicadas como a eutanásia.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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