Fernando Meira vê a IA como divisor global, redefinindo cenário, trazendo oportunidades e transformações tecnológicas e econômicas aos escritórios de advocacia.
Em um mundo em constante evolução tecnológica e econômica, a inteligência artificial (IA) se destaca como uma das forças mais impactantes da atualidade. Companhias em diversos países estão alocando recursos significativos para aprimorar soluções que têm o potencial de transformar completamente segmentos inteiros, indo da saúde ao comércio.
A implementação da IA está mudando a forma como as organizações operam, criando novas oportunidades e desafios. A crescente adoção de sistemas baseados em inteligência artificial está impulsionando a inovação e a eficiência em diversos setores, preparando o terreno para uma nova era de avanços tecnológicos e econômicos.
Inteligência Artificial: O Cenário Global e as Transformações Econômicas
No entanto, enquanto nações discutem e se preparam para essa nova era, o Brasil quase não trata do tema e enfrenta desafios únicos que podem dificultar sua adaptação e aproveitamento das oportunidades trazidas pela IA. É neste contexto que Fernando Meira, CEO do Pinheiro Neto Advogados, um dos maiores e mais tradicionais escritórios de advocacia do Brasil, compartilhou suas percepções ao Brazil Journal sobre o impacto da inteligência artificial, a situação econômica do país e a necessidade de um projeto de nação robusto e consistente.
Fernando Meira destacou a transformação iminente trazida pela inteligência artificial e expressou preocupação com o atraso do Brasil em relação às discussões globais sobre o tema. ‘Lá fora só se discute isso. Ano passado a discussão era essa, e esse ano a discussão continua sendo essa. Já no Brasil a gente fica discutindo Bolsonaro e Lula, resultado fiscal, tributação de blusinha.’, comentou, lamentando a falta de seriedade em discussões necessárias. O CEO analisou a transformação iminente trazida pela inteligência artificial. ‘O mundo está à beira da maior transformação da civilização moderna, que é a inteligência artificial’, afirmou.
Segundo ele, a IA está redefinindo a base do conhecimento e da progressão de carreira, uma vez que o conhecimento, que antes era um diferencial, estará disponível para todos. Ele explicou que a IA ameaça empregos rentáveis e altera profundamente a lógica de consumo e investimento. ‘Isso é um mega desafio. A inteligência artificial vai ameaçar os empregos mais rentáveis, que geram renda, consumo e investimento. Se você não tem nada disso, você não tem arrecadação e os negócios vão reduzindo’, analisou.
Impacto da IA nos Escritórios de Advocacia
Sobre como os escritórios de advocacia estão reagindo à IA, Meira comentou que muitos estão preocupados, mas hesitam em tomar ações concretas. ‘Eu tenho muito essa discussão com os escritórios americanos. Eles falam que estão acompanhando, que estão preocupados, angustiados, mas que não estão fazendo nada. Estão tocando a vida como se não houvesse mudança no futuro’, relatou. Essa inação se deve, segundo ele, à incerteza sobre a intensidade e a velocidade da transformação. ‘Está todo mundo esperando de mãos dadas, vendo o tsunami vindo e se perguntando o que será que vai ser?’, observou. Quando a ruptura se tornar evidente, a reação será cortar pessoal, investir em tecnologia e mudar o modelo de precificação, mas isso terá um efeito deflacionário e impactará significativamente a economia, aponta o CEO. (Imagem: Arte Migalhas)
Desafios do Brasil diante da Revolução da Inteligência Artificial
Enquanto o mundo discute intensamente as implicações da IA, o Brasil parece desconectado dessas discussões cruciais, acredita o CEO. Meira destacou a necessidade de estabilidade, previsibilidade e segurança jurídica do país para atrair investimentos. ‘Os fundamentos do país são muito sólidos, mas se a gente não oferecer isso, o capital não vai vir para cá’, afirmou. Ele ressaltou que, embora os avanços tecnológicos abram portas para novas oportunidades, é essencial que o Brasil se posicione estrategicamente no cenário global das transformações trazidas pela inteligência artificial.
Fonte: © Migalhas
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