Carta “Não em Nosso Nome” entregue a líderes do bloco, defendendo valores esperados inicialmente, expressa sistema baseado em.
Uma mensagem assinada por 211 colaboradores de organizações da União Europeia (UE) destaca a ‘falta de ação contínua’ do grupo em relação à realidade palestina. Neste comunicado, publicado de forma exclusiva pelo periódico britânico The Guardian, os signatários clamam por um cessar-fogo e chamam a atenção para as discrepâncias entre os princípios defendidos pela UE e o que eles percebem como a ‘omissão’ das autoridades.
No segundo parágrafo, é crucial que a União e a Europa encontrem maneiras eficazes de lidar com os desafios atuais. A coesão e a solidariedade dentro da União Europeia são fundamentais para promover a paz e a justiça na região. É essencial que as lideranças europeias ajam de forma proativa e coerente diante das questões delicadas que envolvem a UE e seus valores.
União Europeia: Carta de Funcionários Públicos
Os organizadores esperavam, inicialmente, alcançar pelo menos 100 assinaturas, mas esse número duplicou, à medida que a carta circulou dentro das agências da União Europeia. O texto intitulado Não em Nosso Nome e entregue nesta sexta-feira (24) é dirigido aos três principais responsáveis da UE: Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia; Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu; e Charles Michel, que lidera o Conselho Europeu.
‘Somos um grupo de funcionários públicos e outros funcionários da UE que estão preocupados com o quão pouco (ou nada) a União Europeia está fazendo para resolver a terrível crise humanitária em Gaza’, sublinha o texto. A carta começa por condenar de forma veemente os ataques de 7 de outubro, perpetrado pelo movimento radical palestino Hamas.
O documento expressa ainda uma ‘preocupação crescente’ com a resposta da UE à crise humanitária em Gaza, argumentando que é ‘contrária aos seus valores fundamentais e ao objetivo de promover a paz’. Os signatários advertem para a ‘apatia diante da situação dos palestinos’. Esta atitude pode facilitar ‘indiretamente – através da inação – não só a propagação de narrativas polarizadoras, como também contribuir para a normalização da ascensão de uma ordem mundial em que é o simples uso da força, em oposição a um sistema baseado em regras, que determina a segurança do Estado, a integridade territorial e a independência política’.
Foi precisamente para evitar uma ordem mundial tão sombria que os nossos avós, testemunhas dos horrores da II Guerra Mundial, criaram a Europa. Ficar de braços cruzados diante de tamanha erosão do Estado de Direito Internacional significaria fracassar o projeto europeu tal como é previsto por eles. Isso não pode acontecer em nosso nome, insistem.
‘Não podemos acreditar que os nossos líderes, que são tão eloquentes sobre os Direitos Humanos e que descrevem a Europa como o farol dos Direitos Humanos, de repente ficaram tão silenciosos sobre a crise que se desenrola em Gaza’, dizem os signatários. ‘É como se, de repente, nos pedissem para fechar os olhos aos nossos valores e aos valores pelos quais supostamente trabalhávamos. E para nós, isso não é aceitável’, afirmam. ‘A incapacidade da União Europeia para responder a estes apelos cada vez mais desesperados está em clara contradição com os valores que a UE defende e que nós defendemos’, insistem os 211 funcionários de agências comunitárias que assinaram a carta.
O documento publicado pelo Guardian (sem as assinaturas) apresenta uma lista de pedidos: insta a UE a apelar oficialmente a um cessar-fogo imediato e permanente; apelam pela libertação de todos os reféns; e, por último, requer a garantia de que os Estados-membros ‘suspendam as exportações diretas e indiretas de armas para Israel’. Zeno Benetti, um dos autores do texto, garante que a iniciativa não pretende ser um movimento pró-Palestina, nem tomar posição partidária: ‘Em vez disso, assinámos porque pensamos que o que está acontecendo coloca em risco.
Fonte: @ Agencia Brasil
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