Estudo revelou que 4,7% dos adultos nos EUA usaram produtos botânicos potencialmente tóxicos ao fígado, como garcinia cambogia e chá verde.
Aproximadamente 15 milhões de adultos do Brasil consumiram pelo menos um suplemento alimentar potencialmente tóxico para os fígados em um período de 30 dias.
Além disso, é importante estar ciente dos possíveis aditivos presentes em certos suplementos e como eles podem afetar a saúde a longo prazo. garcinia
Suplementos: Estudo Alerta para Riscos e Falta de Evidências Científicas
Uma nova pesquisa, divulgada recentemente no periódico científico JAMA Network, revelou que 4,7% dos adultos nos EUA utilizaram componentes potencialmente tóxicos, como cúrcuma, extrato de chá verde, ashwagandha, Garcinia cambogia, arroz vermelho fermentado e produtos de cohosh preto nos últimos 30 dias. Os participantes, na maioria das vezes, tomavam esses complementos por conta própria, buscando aliviar sintomas de condições como menopausa e artrite.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan, analisou dados de 9.685 pessoas entre 2017 e 2021. Os resultados indicam que a cúrcuma era usada para a saúde das articulações e para reduzir a dor da artrite, o extrato de chá verde para aumentar os níveis de energia, a Garcinia cambogia para auxiliar na perda de peso, o cohosh preto para controlar ondas de calor e o arroz vermelho fermentado para promover a saúde do coração.
No entanto, não há evidências científicas sólidas que comprovem os benefícios desses suplementos compostos por botânicos. Liliana Mendes, hepatologista do Hospital Sírio-Libanês, alerta que estudos reproduzíveis em diferentes populações são necessários para validar tais benefícios. Além disso, esses suplementos podem representar riscos à saúde hepática.
Um estudo recente publicado no American Journal of Medicine revelou que produtos fitoterápicos à base de cúrcuma podem causar lesões no fígado. Analisando casos registrados entre 2004 e 2022 nos EUA, foram identificados 10 casos de lesão hepática associada à cúrcuma. Cinco pacientes precisaram ser hospitalizados e um faleceu de insuficiência hepática aguda.
Os pesquisadores alertam que cerca de 15,6 milhões de adultos nos EUA consumiram produtos botânicos com risco hepático, equiparando-se ao número de pessoas que utilizaram anti-inflamatórios não esteroides e medicamentos hipolipidêmicos prescritos. Esses resultados ressaltam a importância de supervisionar o consumo de suplementos com botânicos e destacam a falta de regulamentação na fabricação e testes desses produtos.
Fonte: © CNN Brasil
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