No Brasil, 34 mil aguardam rim, 7 morrem/dia na fila; progresso em xenotransplante na USP, melhora em transplantes.
Será que os porcos resolverão a crise da escassez de órgãos para os transplantes em seres humanos?
Além disso, a utilização de porcos em implantes e enxertos poderia ser uma solução inovadora para a medicina regenerativa.
Avanços no Xenotransplante de Órgãos
A pergunta que ecoa nos corredores da ciência, mencionada em um estudo científico recente na revista Nature, está se aproximando da realidade graças ao xenotransplante. Essa prática, que envolve transplantes de órgãos entre diferentes espécies, como suínos e humanos, representa um marco significativo no campo dos transplantes de órgãos.
O progresso tecnológico nessa área é crucial, especialmente considerando que no Brasil, quase 34 mil indivíduos aguardam por um rim, conforme dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). A fila de espera por um órgão cresce a cada dia, com milhares de adultos aguardando por um rim e centenas de vidas perdidas sem a oportunidade de receber um órgão vital.
Por mais de três décadas, a comunidade científica busca soluções para a escassez de órgãos para transplantes. A descoberta do potencial dos suínos como doadores se destaca, não apenas pela anatomia semelhante aos humanos, mas também pela disponibilidade desses animais em grande quantidade devido ao consumo humano.
O nefrologista Álvaro Pacheco e Silva Filho, integrante da equipe de transplantes renais do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a viabilidade dos suínos como doadores de órgãos, enfatizando a aceitação social dessa prática. A compatibilidade dos órgãos suínos com receptores de diferentes faixas etárias é uma vantagem significativa nesse cenário.
No entanto, um dos desafios principais enfrentados nos transplantes de órgãos de suínos para humanos é a questão da rejeição. A incompatibilidade de antígenos entre as espécies pode levar à rejeição imediata do órgão transplantado, exigindo abordagens inovadoras para contornar esse obstáculo.
A modificação genética dos suínos doadores para suprimir antígenos incompatíveis com humanos surgiu como uma solução promissora. Graças aos avanços da bioengenharia e da genética, agora é possível ‘silenciar’ genes específicos nos suínos, tornando seus órgãos mais compatíveis com os receptores humanos.
Essa evolução tecnológica abre novas perspectivas no campo dos transplantes de órgãos, oferecendo esperança para milhares de pacientes na lista de espera. O futuro do xenotransplante de órgãos promete revolucionar a medicina e salvar vidas de forma inovadora e eficaz.
Fonte: © CNN Brasil
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